quinta-feira, 31 de março de 2011

Clima de Mistério

  1. A lua estava linda. Quase tocava o mar. Uma silhueta apareceu em sua alvura. O brilho mágico daquela noite prometia. Contra a luz da lua o policial apertava os olhos para perceber quem vinha a seu encontro. O bigode castanho escondia uma boca fina. O 'cap' azul escondia sobrancelhas espessas e os olhos eram espremidos por um nariz muito redondo. Enquanto a forma humana se aproximava do carro pelo cais o policial tranqüilizou-se. Sentou-se confortável no banco do motorista com a porta aberta. O homem oculto pela luz da lua ainda demoraria para alcançar a viatura, mas o homem da lei não moveria um polegar para diminuir a distância entre os dois. Uma caixa de papelão rosado no banco do passageiro foi pega e aberta, de dentro saltaram duas rosquinhas. Uma para a boca e outra foi segurada por algum tempo. Depois de em velocidade degustar as duas, o outro homem já estava perto o suficiente para trocarem palavras.
  2. Mas novamente, nada foi feito por nenhum dos dois. O outro policial, tinha um porte físico um pouco mais avantajado que de seu companheiro, entro pelo banco do passageiro sem dizer uma palavra. Tirou a caixa de rosquinhas e a arremessou, vazia, para o banco de traz. Parecia ter músculos bem desenvolvidos em todos os trechos do rosto. Pôs o cinto. O outro recolheu os pés para dentro, fechou a porta, passou o cinto rapidamente enquanto ligava o carro. Uma manobra de marcha ré pôs a viatura preta e branca em sua mão na pista de rolamento. Com os faróis ligados foi a delegacia. O carro numero 167 parou no seu devido estacionamento e os dois parceiros desceram do veículo. Dentro o ambiente estava à meia luz. Muitas escrivaninhas cheias de papéis e processos de prisão. Poucos sentados resolvendo os assuntos que deviam.
  3. Os dois passaram reto por todo o escritório e entraram em uma sala pela porta com uma janela pequena de vidro. Fecharam as persianas de toda a sala do chefe. O gordo homem negro com um bigode grisalho não acreditou nas palavras que seguiam: "Não havia nada lá chefe."
  4. Dispensados os dois foram a sua casas. Em carros particulares. O motorista pensou: "Nem toda a história tem um bom final..." O parceiro tirou um bolo de dinheiro de seu uniforme: "Está historia terá um final feliz."

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