- "Um homem levantou de seu posto e começou a dança da vida. Outro a ele se juntou. Juntos uma volta foi dada e um brilho dourado envolveu o universo todo." "Como isso pode acontecer?" "Não é questão de acontecer. É uma historia." "Sim, mas as historias não devem acontecer?" "Não. As historias devem nos ensinar coisas." "Os acontecimentos nos ensinam coisas." "As historias também." E deste modo o mestre teve seu aluno muito confuso, pudera, era muito jovem, dez anos no máximo. "Vai lavar o chão."
- O garoto muito magrelo pegou uma grande vassoura e um balde com água. Mal aguentava tanto um quanto o outro, mas o grande piso da sala foi limpo. Um monte de poeira que foi juntado num canto começou a se mover com o vento. O mestre interveio: "Limpe toda a sujeira." "É o que estou fazendo." "Mas está esquecendo aquele canto." Apontou. "Não, eu vou limpar tudo, direito." "Eu sei que vai, como a historia termina." Ele se tocou. "Eu odeio historias que não terminam."
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Sobre as nossas cabeças o sol
O mundo segundo HL
- O dia corre rápido demais. As noites correm rápido demais. O que se mantém eterno, não dura mais que um dia. A tarde. A madrugada são extensas como um dos grandes pergaminhos pertencentes aos hindus do sudeste. Esta tudo misturado e confuso nos dias de hoje. Do meu berço eu olho por cima do muro. Do chão, eu não vejo mais nada. Todos são altos, é tudo longe. Não se vê mais pêlos no nariz. Os olhos com brilhos frios fingem carinho, amor, preocupação. Quando estão todos presos dentro deles mesmos.
- Olham para números como deveriam olhar para pessoas e olham para pessoas como deveriam olhar para números. Ninguém esta preparado de verdade para te pegar no colo e lidar com um acidente. Ninguém esta pronto para te chamar de pessoa. Te chamar de adulto. Te chamar de pai. Avô. Irmão. Corpo. Morto. Falecido.
- Convivemos com a morte todos os dias, todas as horas. No entanto só estudamos para nos tornarmos cientistas. Eu odeio explicar as coisas.
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