sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Desculpem, eu espero remendar tudo em breve

  1. As mãos tamparam as orelhas. Os olhos se contraiam ao máximo. Descabelou-se. Pois fim caiu de joelhos. Um fio de baba desceu do canto da boca enquanto, em meio a pranto desesperado, suplicou. "Parem, por favor, parem." Não cessou. "Por favor, eu suplico, eu suplico. Não tenho culpa, não fiz nada juro!" Mas não havia cristo que fizesse aquela tortura parar.
  2. O redor era impossível de ser visualizado, todos os sentidos estavam embaralhados. Os pensamentos não se perdiam, eles não iam embora. As lembranças ficavam cada vez mais reais. O que estaria acontecendo? Que som era aquele? Antes de tudo, a dor respondia por si.
  3. Viu a si mesmo deitado em uma cama de hospital. Com uma forte luz incidindo na sua cabeça. Ela entrava no seu cérebro e causava uma sensação tenebrosa inexplicável. De repente o trinco da porta fazia barulho e ele mesmo entrava, para visitá-lo. Parecia ter se perdido de si mesmo. O olhar era triste e ele ia embora através do espelho. Tudo estava cada vez mais confuso.
  4. Estaria indo para o inferno? Estaria morrendo? As pombas paradas na janela não respondiam. Elas então voaram para longe.
  5. Voltou a si de repente. Estava caido de joelhos babando. Sua cabeça doía devido a pressão que seus braços empregavam nela. Os olhos não queriam abrir, mas a pálpebra relaxou-se involuntariamente. A luz que incidiu em sua pupila dilatada incomodou por alguns instantes. Parecia que o som havia sumido. O corpo começou a formigar. Estava em uma sala suja, sozinho. A luz se acabou.
  6. Desesperado no escuro. "O que é que está havendo?" Era, talvez, sua unica chance. Nenhuma resposta. Valia a pena tentar? Estariam espionando-o? No escuro completo? Seria mais uma vez uma ilusão? Ouviu o trinco de uma porta. A fechadura de uma janela. O que estaria acontecendo? O que deveria esperar mais?
  7. A luz piscou. Continuava sozinho, não viu portas nem sequer janelas. Quando a luz voltou estava em um buraco. No fundo dele. Bem no alto a luz fraca da lua que pouco a pouco beijava-se com a sombra em um eclipse inesquecível.

domingo, 21 de novembro de 2010

Meus passos de formiga

  1. Quantas vezes nós sorrimos para os cantos de nosso quarto. Quantos sorrisos nós damos para as paredes que nos cercam. Não precisamos contá-los. Não temos necessidade. Não precisamos aceitá-los. Não temos necessidade. O fato é que, o mundo é assim, por que está assim a algum tempo. E não vai mudar por que uma pessoa quer.
  2. Podem, especialistas, falar o quanto quiserem: "Uma pessoa muda o mundo, uma pessoa sorri e torna a vida de todos uma maravilha." Se é científico, quem sou eu para discordar. Se foi D'us quem falou, quem sou eu?
  3. Discordo, já disse que não. Mas em momento algum eu concordei. Entendem. Esta boa pessoa que tenta a meses mudar o mundo com um sorriso não vai conseguir manter esta mascara por muito tempo. Em momento algum disse que o sorriso é falso. Mas sim que seus músculos faciais irão se cansar.
  4. Se conseguiram seguir o que disse com propriedade até agora, não será difícil esta conclusão. O mundo todo funciona em cima de um mesmo mecanismo e somente este mecanismo que dá certo. Não interessa o quanto as pessoas lutem contra. Não importa o quanto falem que é difícil. Tudo mentira. Mais fácil ser feliz sozinho. Mas fácil ser feliz momentâneamente, ou seja, até alguém te trazer para o estato de infelicidade novamente.
  5. Ajudem-se. Uma pessoa tem um sorriso no rosto, este deve ser valorizado e repetido. Para assim o mundo mudar a partir de uma pessoa. Pois esta historia de: "uma pessoa pode mudar o mundo, são apenas palavras" uma pessoa não existe. Somos todos um.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Como dizia o cego

  1. Meu mestre me conto a historia do sofrimento que o nego passou, mas ocultou o saber do sofrer da minha gente, como se esta gente não tivesse valor. Minha pele não é escura. Minha pele não é branca. Minha pele não é amarela ou vermelha. Minha pele é pele. Pele. E só pele.
  2. Não quero cor, não quero suor, não quero sabor. Eu quero o amor, o mesmo amor que tem o preto, vermelho, amarelo e branco. O resto é historia. Uma historia que não existe mais. Pois historia é passado e passado o que fica para traz. Tragam aquele que anuncia o amanhã.
  3. Amanhã quero abrir os olhos de um jeito diferente. Sorrindo para o sol e não cobrindo meu rosto na sombra. Amanhã quero meu destino sorrindo junto a mim, somos lindos. Quero meu irmão me estendendo a mão para pular este paredão.
  4. Como diria Roberto Carlos, tá tudo numa boa, tá tudo legal como dois e dois são cinco.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Discurso Sobre: Religião e outras besteiras

  1. Em minha ilustre residência temos costumes. Assim como na vossa com certeza existem diferentes costumes que devem ser levados em conta, normal para nós apenas. Um dos curiosos costumes que envolvem meu plano familiar, o que vou tratar aqui hoje e agora é o fato de mexer o açúcar do suco, ou da água, ou do fluido, substancia entre outros , com o garfo ao inverso de usar a colher. Temos para nós praticantes da ação que o garfo, por ser redividido em quatro dentes, tem um potencial de revolução maior, fazendo o açúcar cristal que é utilizado disolver-se com maior facilidade. E fazemos isto com a maior naturalidade com a qual é caracterizada um caminhar.
  2. Nós também recebemos visitas.
  3. Pessoas simpáticas que ao depararem-se com o ocasionado olham para o garfo saindo ou entrando do copo e se espantam. Expresso eu: "Onde na Bíblia sagrada, na sagrada escritura, esta escrito: 'Não deverás mexer o suco com açúcar cristal com o garfo, apenas com a colher'!" Pois sim, se mal posso eu olhar para minha vizinha gostosa que já estou condenado ao inferno, que dirá de mexer o suco com o garfo. Pois se não sabem, ou não bem [adestrados] catequizados foram o mandamento que se não me engano é o quinto, se bem que bem enganado devo estar é: "Não cobiçarás a mulher do próximo" significa exatamente isto, não olhe para nenhuma mulher, se não... Creio eu que o "se não" já disse tudo. Com espetacular ajuda da "...". É mais do que certo que sabemos efetivamente de duas coisas: A Primeira é o fato de não termos a real certeza do verdadeiro significado do "cobiçar" quanto menos dessa forma flexionada: "cobiçarás", não sei nem se certo está escrito. E a segunda coisa, que também não sabemos é: Quem é o próximo? E ainda, próximo a que? Isso eu não aprendi na igreja.